Você conhece a expressão “o quarto poder”? Ela é utilizada para destacar a influência da mídia (dos veículos de comunicação) em relação à sociedade. Como já é institucionalizado os três poderes do estado (Legislativo, Executivo e Judiciário), o quarto seria, então, a imprensa.
E a história já comprovou a influência dos meios de comunicação, de gerar opinião pública, desde quedas e ascensões de presidentes, de grandes movimentos políticos, de revelações de escândalos governamentais, corporativos, e até da criação de heróis e mitos, afinal, não se iluda, o Ayrton Senna possui todo esse prestígio até hoje – e o Neymar essa idolatria – graças a imprensa.
Claro que é uma via de mão dupla, os veículos de comunicação para venderem manchetes precisam de grandes acontecimentos, de criarem heróis no esporte ou em outros segmentos. Mas a ideia neste momento não é entrar nesse viés que daria muito pano na manga (só da minha dissertação de mestrado foram 200 páginas sobre o tema).
A intenção é mostrar como a sua empresa e marca podem aproveitar toda essa influência dos veículos de comunicação a seu favor. Parece até claro a resposta: “se a imprensa tem prestígio, então, ora bolas, basta fazer parte do noticiário dela sendo umas das notícias (e desde que não seja no caderno policial)”. Muito bem, a resposta é essa mesmo.
Como os veículos de comunicação passam credibilidade (ao menos deveriam passar), existe uma confiança daquele público relacionado ao conteúdo divulgado. Se o veículo indica que aquilo é interessante, que é bom, uma grande parcela dos leitores/ouvintes/espectadores tendem a acreditar.
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Alguns formatos
Ótimo! Como a primeira parte está entendida, vamos entender quais os formatos que uma marca – que a sua empresa – pode fazer para estar dentro dos veículos de comunicação.
1 -Publicidade tradicional. Ou seja, ter anúncios que compõem aquela mídia. Esse formato todo mundo conhece: são os intervalos das programações de TV ou rádio (“os reclames do plin plin”), são também os banners dos portais de notícia ou páginas de anúncio de jornais ou revistas. Nele, você é o responsável por entregar a peça ou criar o anúncio seguindo uma formatação pré-estabelecida do próprio veículo. Se pensa neste formato, nada de deixar na mão do sobrinho bom em design, busque fazer com profissionais que a chance de ser satisfatório o investimento na publicidade é bem maior.
2 – Notícia patrocinada. Ela também é um anúncio, também se paga para fazer isso. Mas diferente de um banner ou comercial tradicional, o anúncio está “camuflado” (ou não) no formato de uma notícia. Se destaca a empresa, o serviço, um produto, de uma forma muito mais sutil e dentro do contexto que o público está tecnicamente prestando mais atenção (no momento de consumo do conteúdo). Você vai notar que alguns veículos de comunicação indicam que trata-se de uma publicidade, outros, omitem essa informação. Esse é um formato que bem conduzido traz bastante retorno, principalmente pensando em longo prazo.
3 – Fonte de jornalistas (Ah, essa não paga). E vou falar por experiência própria de alguém que respira Jornalismo desde 2005 na época que eu era repórter de bairro (se bem que meus pais são jornalistas, então, escuto histórias desde que me entendo como gente). Jornalista sempre precisa de fonte, de histórias e profissionais para suas matérias.
E é assim que profissionais da empresa X ou da marca Y são convidados para falar sobre determinados assuntos – que naturalmente fazem parte do seu cotidiano ou da sua experiência – e são destacados como especialistas, como personagens de uma história (ah, bem como as empresas em que atuam). Ao ser intitulado por um veículo de comunicação como especialista ou referência isso gera muita credibilidade e notoriedade. O que é fundamental para a solidez de qualquer negócio.
4 – Escreva artigos ou sugestões de pauta (Essa também não paga). Muitos veículos de comunicação publicam artigos (e isso inclui o próprio portal Administradores). Muitos veículos de comunicação aproveitam as sugestões de pauta que chegam (e isso inclui o próprio portal Administradores). Por isso, o ato de se expor – de buscar uma publicação em uma mídia tornar-se um diferencial, mesmo você tendo um blog. Vai por mim, as pessoas vão confiar muito mais no mesmo artigo publicado em um veículo de comunicação de credibilidade do que em seu blog (mesmo que tenha uma boa credibilidade também).
Como ser uma fonte?
Existem empresas que fazem esse tipo de trabalho: as assessorias de imprensa. Dentre outras funções, elas intermediam e sugerem para repórteres diversas fontes e assessorados, inclusive, elas que produzem os releases e buscam emplacar a publicação nos veículos. Se você tem verba para uma assessoria ou de montar uma equipe própria na empresa, sem dúvida, é uma boa estratégia, já que a intenção é você sempre estar na mídia, ou seja, sempre à vista do público. Existem assessorias específicas até para startups, para a turma que possui pouco verba.
No entanto, caso ainda assim não seja o momento de investir neste ponto, você pode aderir a guerrilha. Exatamente. No velho esquema “faça você mesmo”. Escolha a pessoa que possui o melhor texto na equipe para escrever um release (não esqueça de revisar e colocar os dados mais importantes), selecione os veículos de comunicação que mais tem a ver com sua empresa (em todos os sites, sempre você encontrará um e-mail para contato), identifique o e-mail da equipe de redação (para você ser mais assertivo), e envie por e-mail ou até mesmo ligue.
Dica: Jornalista detesta receber sugestão de pauta em anexo ou PDF. Realmente não faça isso! Coloque no corpo do texto. Jornalista também não gosta de atender telefone para receber sugestão de pauta, mas em alguns casos vale a pena dar uma forçadinha. Tem vezes que você conseguirá publicações, tem vezes que não. Isso faz parte do processo, das pautas que estão sendo trabalhadas e também de quão interessante sua empresa ou profissional é para ser aproveitado no veículo.
Como foi dito, a assessoria gerará mais credibilidade e confiança em sua marca. Pode também gerar mais vendas e clientes, mas não se trata de uma equação obrigatória, sine qua non, no entanto, um fato é real: se você não fizer nada nesse sentido, realmente o resultado será zero.
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